terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Achados e Perdidos - o resultado #1


Achados e Perdidos, pedi o auxílio de algumas pessoas para fazermos obras colaborativas para e Exposição O FIM DO MUNDO, do Coletivo FAKE FAKE para o FAKE FAKE ilustraciones 4. Vieram até mim emails, recados, comentários e todos, todos, cheios de CATAPLOFISH* e que me fizeram sentir das mais diversas formas. Foi uma troca generosa e por mais que eu agradeça, só o posso - verdadeiramente - entre: formas, cores, traços e arte.

*palavra que inventei para sentimento que não tem nome

Vou mostrar os resultados dos quatro vidrinhos escolhidos e deles, o contexto em que me foram passados. Os conceitos que cada um gostaria de deixar e guardar:

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#1 O que você deixaria se o mundo realmente acabasse?
por Wolney Fernandes

Para o fim do mundo eu gostaria de deixar alguns instantes que eu andei colecionando nos últimos meses. Escolha aquele que mais lhe tocar e crie achados e perdidos para o depois que o mundo acabar! 

- A mulher idosa, na fila, vira para mim e ensina: "De fila para pegar comida a gente não pode reclamar. O que eu não quero é ficar na fila esperando a morte chegar".
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 Enquanto a condução não vem e o sinal verde não acende, uma moça chora sozinha recolhida no canto do assento do ponto de ônibus.

- O porteiro cochila tranquilamente sem perceber que o carteiro hesita entre acordá-lo ou sair de fininho sem fazer barulho.

- A moça rasga o papel exatamente na dobra que ela vincou e segue até a fila do caixa deixando o pedaço branco sobre a mesa. Ao ocupar o lugar dela, começo a desenhar as flores que enfeitam o tecido da blusa que ela veste.

- Em um pedaço de papelão jogado na rua 04:
"O amor é bonito como uma flor, basta um pouco de calor."

- O casal de namorados chora na hora da despedida. Ele embarca. Ela dá a volta para vê-lo pela janela do ônibus. Palavras de amor são balbuciadas no silêncio transparente que o vidro da janela constrói. Ela beija a aliança prateada que enfeita sua mão direita. O ônibus parte... Ela permanece imóvel na plataforma da rodoviária.

- Na pamonharia, a dona, de cara amarrada, me atende com um muxoxo inaudível querendo me fuzilar com os olhos quando peço uma pamonha. Sendo o único cliente do estabelecimento, trato de comer rapidamente sem olhar em sua direção. Ao me dirigir até o balcão para efetuar o pagamento, percebo que ela tenta esconder, sem sucesso, um livro da coleção Sabrina: "Prisioneira da Paixão". 





Para ver os demais resultados:




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